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.O desenvolvimento da sociologia na segunda metade do nosso século foiprofundamente afetado pela eclosão das duas guerras mundiais.Tal fato nãopoderia deixar de quebrar a continuidade dos trabalhos que vinham sendoefetuados, interrompendo drasticamente o intercâmbio de conhecimentos entreas nações.A implantação de regimes totalitários em alguns países europeus,com a sua inevitável intolerância para com a liberdade de investigação, levou àperseguição de intelectuais e cientistas que procuraram manter uma posição decrítica e de independência em face destes regimes.A emigração de um númeroconsiderável de pesquisadores significativos para a Inglaterra e os EstadosUnidos representou um rude golpe na consolidação da sociologia em algunspaíses europeus, que, em passado recente, haviam fornecido importantescontribuições para a afirmação da sociologia como ciência.O amadurecimentodas forças econômicas e militares por parte dos Estados Unidos, assim como adestruição infligida aos seus rivais na guerra, possibilitaram a sua emergênciacomo grande potência do mundo capitalista.Os centros de pesquisa norte-americanos passaram, em função disso, a dispor de um grande apoioinstitucional e financeiro para levar adiante as suas investigações e assumir adianteira nos estudos sociológicos.A partir de então, a sociologia desenvolveu-se vertiginosamente na sociedade norte-americana, vinculada ao meiouniversitário, caracterizando-se, em boa medida, por um acentuado reformismo,investigando temas relacionados com a "desorganização social", centrando asua atenção em questões urbanas, na integração de minorias étnicas ereligiosas etc.Em larga medida, o seu desenvolvimento seria estimulado esustentado pelo "Estado-do-Bem-Estar-Social", que passou a utilizar osconhecimentos sociológicos para implementar a sua política de conservação daordem existente.A sociologia, a partir dos anos cinqüenta, seria arrastada e envolvida naluta pela contenção da expansão do socialismo, pela neutralização dos44movimentos de libertação das nações subjugadas pelas potências imperialistase pela manutenção da dependência econômica e financeira destes países emface dos centros metropolitanos.Antes dessa época, porém, por ocasião da Grande Depressão, a sociologiaamericana procurou fundamentar teoricamente uma posição antimarxista quelhe permitiria posteriormente sentir-se mais segura e mais à vontade paraexecutar suas funções conservadoras no plano político, econômico e cultural.Um grupo de professores e pesquisadores de Harvard, no início dos anos 30,procurou entrar em contato com a sociologia acadêmica européia, poisconsiderava que vários pensadores europeus haviam formulado umaconvincente defesa contra o marxismo, fenômeno que os sociólogos europeusconheciam de perto.Vários sociólogos que pouco tempo depois viriam ocuparposições de destaque na produção do conhecimento sociológico na sociedadeamericana, como Parsons, Roberto Mertom, George Homans, Clyde Kluckhohn,passaram a estudar a obra de Pareto com o objetivo de enfrentar teoricamente omarxismo, que na verdade nunca chegou a penetrar com vigor nos meiosoperário e universitário americanos.O desenvolvimento empírico que a sociologia americana experimentou - ostrabalhos da "Escola de Chicago" são um marco de referência a este respeito levou vários estudiosos a se dedicarem com verdadeiro furor à criação de novosmétodos e técnicas de investigação.Uma série de estudiosos, como GeorgeLundeberg, Paul Lazarsfel, Samuel Stouffer e outros, passou a se ocupar dequestões metodológicas, buscando em larga medida refinar os procedimentosquantitativos e estatísticos da pesquisa de campo.Sem dúvida, alguns destestrabalhos forneceram uma contribuição à investigação sociológica.Mas devido àinsistência com que trataram os problemas de métodos da pesquisa empírica,relegando de certa forma as questões teóricas a segundo plano transformaramas especulações sobre os métodos e técnicas da pesquisa empírica no grandecampo de concentração e atenção dos sociólogos.O método e a técnica depesquisa passaram a constituir de certa forma um fim em si mesmo.Os estudos de campo que vários sociólogos realizaram segundo aorientação empirista, constituíram em boa medida um conjunto de fatosisolados, destituídos de visão histórica.Os trabalhos sobre as relações sociais,sobre as questões urbanas, sobre a família, sobre os "pequenos grupos",45contribuíram para desmembrar os fenômenos investigados do conjunto da vidasocial.Esta tradição de investigação incorporou também uma visão positivista,passando a apresentar os seus trabalhos como "neutros" e "objetivos".GeorgeLundberg, um dos expoentes dessa corrente, reafirmaria a tese positivista deconsiderar a sociologia como ciência natural.Segundo ele, seria possível aosociólogo estudar a sociedade com o mesmo estado de espírito com que umbiólogo investiga um ninho de abelhas.Esta avalanche empirísta, que influenciou várias gerações de sociólogosamericanos, irradiando-se também para os outros centros de investigação dospaíses centrais do capitalismo e também da periferia, representou uma profundaruptura com o estilo de trabalho que realizaram os clássicos da sociologia.Vimos no capítulo anterior que estudiosos como Weber, Marx, Durkheim, Comtee outros buscaram trabalhar as questões que possuíam uma significaçãohistórica, enfocando, por exemplo, a formação do capitalismo.Os novos estudosempíricos, em geral, abandonaram essa disposição de trabalhar com problemashistóricos que possibilitassem uma compreensão da totalidade da vida social,concentrando-se via de regra em aspectos irrelevantes.A ruptura de algumas tendências significativas da sociologiacontemporânea com relação às preocupações dos pensadores clássicos, aolado de um reformismo conservador preocupado com os problemas dos"desajustes sociais", de uma postura teórica antimarxista, e da a adoção de umaética positivista que pressupunha uma separação entre os julgamentos de fato eos julgamentos de valor, tudo isso possibilitou à sociologia se firmar comociência de uma prática conservadora
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